sábado, 12 de setembro de 2015

belas flores do Loendro irritante

O Loendro, Nerium oleander, poderá ser observado muito perto de si;

a designação latina oleander refere-se ao facto de as folhas da planta se assemelharem às da Oliveira (Olea);
                 
a alegada toxicidade da planta tornou-a o centro de uma lenda urbana, documentada em vários continentes e durante mais de um século,
muitas vezes contada como verídica e como acontecimento local:


tipicamente, uma família inteira ou, em outros contos folclóricos, um grupo inteiro de escuteiros, sucumbe após consumir cachorros-quentes (ou outros alimentos) assados sobre uma fogueira, em espetos feitos de galhos de loendro.



(descarregar a ficha na coluna da direita)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

os peixes

A escolha dos peixes é uma das tarefas mais importantes. Se o lago é para meu regalo, devo lá colocar aquilo de que gosto. Sempre me fascinaram os peixes-dourados (ou vermelhos) e as suas formas exóticas, embora concorde que, por vezes, os criadores/manipuladores de peixes (como de outros animais) tocam as raias do inadmissível, não se preocupando muito com a vivência saudável dos animais.
 Comecei com 3 peixes apenas, embora a capacidade do lago ainda suporte outros tantos. Antes de os colocar no novo ambiente foi necessário proporcionar-lhes uma adaptação à temperatura  que iriam encontrar. É aconselhável considerar que os peixes tinham saído de um ambiente mais aquecido, por terem estado dentro de uma loja. Os aquários de peixes de água fria – que é o caso – das lojas da especialidade, não sendo aquecidos estão, no entanto, num ambiente um tanto diferente do ar livre.
O saco com os 3 peixes foi, assim, colocado sobre a superfície do lago, para que a água do saco adquirisse, paulatinamente, a temperatura do novo meio. Um quarto de hora é o tempo suficiente.

Pode também utilizar-se outro processo, mais adequado, no entanto, para os peixes tropicais – de água aquecida. Neste caso o saco é aberto e mantido à superfície da água do aquário, na vertical.  Pouco a pouco vai-se transferindo, para dentro do saco dos peixes, alguma água retirada do aquário, até se conseguir o equilíbrio.

conchas marinhas apropriadas




A certa altura da preparação do lago lembrei-me que tinha guardado, nos arrumos do quintal, material de aquariofilia antigo. Entre pedras, areão, bombas e termómetros, havia uma coleção de conchas marinhas (guardada em recipientes próprios) que, diga-se em abono da verdade, era mais velha do que o material de aquário. Era uma coleção antiga, como antigo (congénito) é o meu fascínio pelo mar.


Lá estava tudo, devidamente acondicionado. Peguei nas peças da coleção, uma a uma e revivi a infância despreocupada à beira-mar… despreocupação que, hoje, é muito difícil conseguir.


Apartei alguns exemplares repetidos, para escolher os que poderia colocar no fundo do lago.






o Jarro-branco, planta de locais alagados


O jarro-branco, Zantedeschia aethiopica, é uma herbácea  acaule rizomatosa, oriunda do sul de África (África do Sul, Angola e Botswana), com grandes folhas sagitadas e uma inflorescência semelhante a um funil, ou jarro – daí o nome comum – que prolifera em locais alagados e pantanosos.  A vistosa combinação das folhas verde-brilhantes com o branco-leitoso da inflorescência apresenta sempre, qualquer que seja o local de cultivo, uma rusticidade que salta à vista. Foi essa característica que a trouxe para dentro do lago. Combina bem com o hibisco, ao centro e com outras plantas colocadas nas margens, que apresentarei em devido tempo.



Um tufo de jarros-brancos, previamente preparado, foi colocado no lago, assente no fundo. Como os jarros crescem em água à profundidade de 30cm (1), penso que este tufo vingará. Terei apenas que controlar o seu crescimento.

(descarregar a ficha do Jarro na coluna da direita)



(1)
Papworth, David. Guia das Plantas Bolbosas, Editorial Presença, Lisboa, 1994.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

a construção do lago II


5.

Para os acabamentos finais das margens utilizei os inertes anteriores –

areia de rio e godos

 

e ainda: pedaços de rocha
 
 
pedras rústicas
 

e casca de pinheiro.
 
 
A areia de rio, os godos, os pedaços de rocha e as pedras rústicas serviram para delimitar as margens. A casca de pinheiro para cobrir o solo - proteção contra infestantes e conservação da humidade à superfície - tanto no canteiro quanto na “ilha”.
 
 
Está, assim, construído o lago.
 



Com o decorrer do tempo, o que agora parece disperso tomará forma aconchegada. As plantas hão de cumprir a sua função de cobertura e tudo se tornará mais natural.

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

a construção do lago I


A construção do lago foi devidamente planeada e amadurecida.

1.

A primeira fase foi a escolha da abertura, no canteiro,  de um espaço que servisse de “estaleiro”.

Quase todo o canteiro estava, mais ou menos, amadurecido e estabelecido. Restava apenas uma área, a nascente, onde havia plantado ultimamente algumas sardinheiras, ainda não estabelecidas.

Por ser o local  que menores danos produziria no canteiro, foi a área escolhida.

As sardinheiras foram levantadas, com torrão e colocadas em vasos.

 


2.

Seguiu-se a escavação, que não levantou qualquer dificuldade, a não ser o cuidado de prévia estabilização do solo, humedecendo-o completamente.

 


3.

Escolhi o plástico preto para forro da cova, por duas ordens de razões:

a.      pela observação de outros lagos, construídos a céu aberto, em hortos da região;

b.      porque me pareceu ser o material adequado: o preto não reflete o sol, pelo contrário, absorve os raios solares e, consequentemente, conserva o calor que acumula, necessário para a temperatura da água, uma vez que pretendi fazer um viveiro para peixes de água fria, mas não de água gelada (tendo em atenção as temperaturas de inverno).

nota:

Não ficou de parte a hipótese de, futuramente, forrar a escavação com cimento ou outro material semelhante; o que acarretará outra predisposição e planeamento mais aturado; embora o resultado seja, previsivelmente, bastante melhor.

O corte e colocação do plástico levantou um problema difícil de resolver: transformar um quadrado ( a forma do plástico) num círculo, afundado, com um plateau a meio – a ilha. O plástico foi sendo colocado (previamente tinha feito a abertura central, por onde sairia a “ilha” com o hibisco), foi sendo moldado ao buraco e no final desta tarefa o espaço foi enchido com água para melhor adaptação. Tudo feito, surgiu o bico da obra: a passagem do quadrado a círculo, dadas as dimensões pretendidas, fazia sobrar uma quantidade considerável de plástico sem espaço por onde se estender. A solução foi adaptar o plástico sobrante a uma espécie de “restinga”, junto a um pote existente no canteiro.

Ficou assim completo o esqueleto do lago.





4.

A etapa seguinte foi a de colocação de inertes no fundo do lago: areia e godos.

Utilizei areia de rio de grão médio, previamente lavada, de coloração variegada clara e godos de mármore branco (um ou outro de coloração mais escura), para contrastar com o negro do plástico.