terça-feira, 16 de outubro de 2012

a segunda vida da arália-japonesa


Tive uma Arália-japonesa num canteiro, nas traseiras de casa. Adquiri-a muito pequena, num vaso de plástico, numa florista do mercado.
Começou a crescer e esteve fabulosa até atingir cerca de 1,5m.
 
 
Mas continuou a crescer.
 
 
E cresceu mais.
 
E ainda mais, até alcançar 2 m de altura. Meteu-se com as cordas da roupa e eu fui chamado à atenção: que aquilo assim não podia continuar. Uma corda a menos para secar a roupa era muita coisa!
 
Depois de marcada a reunião familiar a Arália pediu-me que fosse seu advogado de defesa e eu aquiesci, com a melhor boa vontade. Fartei-me de argumentar, durante o julgamento, mas saímos derrotados: foi sentenciada a morte da Arália-japonesa, de oito anos de idade.
Quando peguei na serra para cortar a planta doeu-me profundamente mas, para bem da harmonia familiar, eu tinha que executar a sentença.
Fui cortando a planta e, a certa altura, os olhos sorriram-se-me de contentamento. Afinal não seria necessário matar a Arália. A planta estava belíssima, sem folhas, sim, mas com troncos duros, resistentes e com as raízes à flor da terra. Nem foi necessária autorização familiar para dar segunda vida à minha Arália. Retirei-a do canteiro, dei-lhe os tratamentos necessários e comecei a trata-la como bonsai.
(Re)começou assim
 

 
e, seis meses depois, está a tornar-se bela como antes. Sorri para mim todos os dias, agradecida pela minha decisão de lhe dar segunda hipótese de vida. Não poderá crescer muito mais, mas será sempre a menina dos meus olhos.
 
 
(descarregar a ficha na coluna da direita)

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