Tive uma Arália-japonesa num canteiro, nas traseiras de
casa. Adquiri-a muito pequena, num vaso de plástico, numa florista do mercado.
Começou a crescer e esteve fabulosa até atingir cerca de
1,5m.
Mas continuou a crescer.
E cresceu mais.
E ainda mais, até alcançar 2 m de altura. Meteu-se com as
cordas da roupa e eu fui chamado à atenção: que aquilo assim não podia continuar.
Uma corda a menos para secar a roupa era muita coisa!
Depois de marcada a reunião familiar a Arália pediu-me que
fosse seu advogado de defesa e eu aquiesci, com a melhor boa vontade. Fartei-me
de argumentar, durante o julgamento, mas saímos derrotados: foi sentenciada a
morte da Arália-japonesa, de oito anos de idade.
Quando peguei na serra para cortar a planta doeu-me
profundamente mas, para bem da harmonia familiar, eu tinha que executar a
sentença.
Fui cortando a planta e, a certa altura, os olhos
sorriram-se-me de contentamento. Afinal não seria necessário matar a Arália. A
planta estava belíssima, sem folhas, sim, mas com troncos duros, resistentes e
com as raízes à flor da terra. Nem foi necessária autorização familiar para dar
segunda vida à minha Arália. Retirei-a do canteiro, dei-lhe os tratamentos
necessários e comecei a trata-la como bonsai.
(Re)começou assim
e, seis meses depois, está a tornar-se bela como antes.
Sorri para mim todos os dias, agradecida pela minha decisão de lhe dar segunda
hipótese de vida. Não poderá crescer muito mais, mas será sempre a menina dos
meus olhos.
(descarregar a ficha na coluna da direita)
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